1. Educação para Sustentabilidade

No decorrer da História, ocorreram mudanças na sociedade, com alterações na organização das diferentes instituições, nos costumes dos povos e na própria convivência na vida em comunidade.

Do ponto de vista político, percebe-se historicamente o domínio de uma potência mundial em cada época. Assim podemos até mesmo classificar o período histórico pela superioridade de um império dominante, a qual podemos citar, entre outros: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos. Entretanto, nos dias de hoje, os países se unem em blocos econômicos (Figura 1), visando se fortalecer economicamente, compartilhando mercados, verticalizando sua participação e influência mundial. (Francisco, 2020)


Figura 1. Blocos Econômicos pelo mundo (Pena, 2020)

Segundo o caráter econômico, estamos na transição de um modelo baseado na tríade tecnologia – Consumo – Lucro, para a necessidade de se considerar aspectos solidários, sociais, ecológicos e ambientais. Refletindo o conceito de sustentabilidade, como o uso consciente dos recursos naturais e suas implicações aspirando um bem estar coletivo e que evolui dentro de uma ótica de relacionamento como indivíduo e com os demais ao redor. (Gadotti, 2008).

A poucos anos, viveu-se a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005 – 2014), em que o maior desafio foi estimular mudanças de atitude e comportamento na sociedade. Assim, as práticas educativas ambientalmente sustentáveis apontam para propostas pedagógicas centradas na criticidade dos sujeitos, com vistas à mudança de comportamento e atitudes, ao desenvolvimento da organização social e da participação coletiva. Essa mudança paradigmática implica uma mudança de percepção e de valores, gerando um pensamento complexo, aberto às indeterminações, às mudanças, à diversidade, à possibilidade de construir e reconstruir, em um processo contínuo de novas leituras e interpretações, configurando novas possibilidades de ação (Jacobi, Raufflet e Arruda, 2011).

Em seu estudo: Meio Ambiente e Interdisciplinaridade: Desafios ao Mundo Acadêmico, Bursztyn (2004), nos diz que a temática “ambiental” emerge como uma tendência mundial no meio acadêmico, estando em posição privilegiada com incentivos às práticas de pesquisas nas melhores universidades do País.

Guerra (2015) salienta a importância de uma reflexão sobre meio ambiente como parte da formação do SER humano - cidadão, no sentido de escolher um projeto político que contemple seus anseios e da sociedade que está inserido, e que atue na busca de soluções voltadas a sustentabilidade da vida, e não só numa concepção utilitarista, de preservação e conservação dos recursos naturais, para benefício do “homem”.

Por outro lado, precisamos também distinguir, sem separar, a educação sobre o desenvolvimento sustentável, da educação para o desenvolvimento sustentável (EDS). A primeira refere-se à tomada de consciência, à discussão teórica, à informação e aos dados sobre o desenvolvimento sustentável; a segunda refere-se a como utilizar a educação como meio para construir um futuro mais sustentável. Trata-se, portanto, de ir além da discussão teórica. Trata-se de dar exemplo de vida sustentável. A educação para o desenvolvimento sustentável é mais do que uma base de conhecimentos relacionados com o meio ambiente, a economia e a sociedade. A EDS deve ocupar-se da aprendizagem de atitudes, perspectivas e valores que orientam e impulsionam as pessoas a viverem mais sustentavelmente suas vidas (Gadotti, 2008).

Esta evolução da temática da educação ambiental na proposta desta educação para a sustentabilidade (Sauvé, 2005), traz uma perspectiva da busca de um modo de vida de bem-estar e bem viver para todos, inclusive visualizando as próximas gerações, se relacionando a uma temática da educação inclusiva, a qual é pautada no respeito à diferença humana e na sua diversidade; e na educação para a cultura da paz que consiste em estabelecer a confiança e cooperação entre as pessoas a partir do incentivo de uma comunicação não-violenta baseada na tolerância e a boa convivência, dentro de um horizonte interdisciplinar.